quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

64 mil novos dadores de medula num ano

por PATRÍCIA JESUS  
Portugal é o terceiro país no mundo com mais dadores por milhão de habitantes. Campanhas de familiares ajudam.
Mais de 64 mil portugueses inscreveram-se no ano passado no Registo de Dadores de Medula Óssea, um aumento de 35% em relação ao ano anterior. O que faz com que Portugal tenha cerca de 246 mil dadores inscritos, o que o torna o segundo país europeu e o terceiro a nível mundial com mais dadores para transplante por milhão de habitantes. As iniciativas dos familiares dos doentes, a maioria com leucemia, têm contribuído para o enorme aumento que se nota nos últimos anos, reconhecem os responsáveis.
"Todos os anos, por esta altura, quando fazemos o balanço, digo que vamos ter um abrandamento, porque somos um País com apenas dez milhões de habitantes, uma população envelhecida e o registo só aceita dadores até aos 45 anos. E mais uma vez sou surpreendido pela solidariedade da sociedade portuguesa", explica Hélder Trindade, director do Centro de Histocompatibilidade do Sul.
A campanha para encontrar um dador compatível para uma menina de 4 anos com leucemia, Marta, em 2009, criou uma onda de solidariedade tal que terá feito com que se registassem dez mil dadores. Logo outros pedidos de ajuda surgiram através da Net. Cada uma com a sua página na rede social Facebook, seguida por milhares de pessoas, onde se vão partilhando novidades sobre o estado de saúde dos doentes mas também sobre as acções de inscrição de dadores. "O nosso esforço tem sido acompanhar a população que se está a inscrever, fazer registo e tipagem", reconhece o médico Hélder Trindade.
Desde 2006 o número de inscritos quadruplicou, o que se reflecte também nos resultados. No ano passado foram feitos 52 transplantes de medula com dadores sem relações de parentesco - mais cinco do que no ano anterior. Em 14 casos recorrendo a dadores portugueses e nos outros 38 recorrendo a dadores inscritos no estrangeiro.
Por outro lado, houve 58 colheitas de medula. Ou seja, além das 14 para doentes portugueses, houve outros 44 para o estrangeiro. "São dados muito relevantes que mostram o grande esforço de colaboração internacional", explica.
Comentário:
Eu penso que se pudemos salvar uma vida, porque não o fazer? Esta notícia significa que apesar de estarmos em crise e nos lamentarmos constantemente temos a capacidade de ver quando alguém precisa de ajuda porque se nós desistirmos de nós próprios, dos nossos, ninguém virá salvá-los por nós. É nosso dever enquanto cidadãos, enquanto seres humanos sermos solidários para com quem mais precisa e não pensarmos que não temos nada a ver com isso porque a vida por vezes surpreende-nos e nunca sabemos se um dia seremos nós a precisar e alguém será egoísta ao ponto de não nos salvar a vida. Um simples gesto pode salvar uma vida e para além disso morre muita gente por ano com cancro e enquanto as pessoas estão distraídas pela crise, pelas eleições… todos os dias nos hospitais há alguém que morre ou que sofre e estamos tão concentrados em nós próprios que não o vemos ou não o queremos ver. É muito difícil ultrapassar um cancro e exige um grande controlo psicológico tanto por parte da pessoa como da família e quando as coisas correm bem sentimos um alívio mas nada acaba aí pois as marcas ficam sempre e nem toda a gente tem essa sorte, muita gente não sobrevive e ninguém fala delas, ninguém lhes faz uma homenagem. Morreu o Carlos Castro e sabem uma coisa: morreu alguém hoje de manhã com cancro num hospital completamente só!
Talvez Hoje alguém tenha descoberto que tinha cancro, talvez alguém hoje tenha descoberto que se não aparecer ninguém compatível terá apenas 5 dias de vida, talvez alguém hoje tenha ficado curado, talvez alguém hoje tenha morrido, ou talvez não tenha, talvez alguém amanhã vá morrer? Mas se talvez hoje alguém decidir doar a sua medula, talvez amanhã esse alguém não morra! Ou talvez sim! Nunca se saberá… se não se tentar ajudar.
Era tão bom que fossemos recordados para sempre como o país que demonstrou o que é ser-se solidário, que fez algo mais do que dizer coitadinho… que esteve ao lado daqueles que morreram, que esteve ao lado daqueles que sobreviveram e que estará ao lado daqueles que vierem a passar por uma situação deste género.
Cabe-nos a nós marcar a história, cabe-nos a nós não ir embora!
Cabe-nos a nós ajudar, cabe-nos a nós não ignorar!
Pior do que não ajudar é fingir que tal não acontece. Por vezes as pessoas não querem saber porque sabem que isso despertará nelas sentimentos e pior que ter pena é fingir que não se a tem. Os portugueses não podem ter medo de sentir, medo de ajudar, medo de renascerem como pessoas melhores, medo de fazerem deste país um país melhor e mais solidário porque no fundo todos sabemos que sofrem pessoas todos os dias mas para não sofrermos também ignoramos. Por vezes é mais fácil quando está a dar um documentário sobre pessoas com cancro e com outras doenças mudarmos de canal do que chorarmos ao ver o seu sofrimento! O sofrimento de crianças, de jovens, de adultos, de idosos… mas é o facto de vermos esse sofrimento e tentarmos ajudar que faz de nós humanos! Sim, existe um aumento de dadores por ano mas será que algum deles é compatível, se calhar eu sou compatível, se calhar tu és compatível mas não somos dadores por isso nunca salvaremos uma vida. Se calhar eu sou compatível, se calhar tu és compatível e somos dadores por isso poderemos vir a salvar uma vida!
19/01/2011

Parque temático em estudo para zona do OndaParque

Degradação de antigo espaço de diversões aquáticas acentuou-se ao longo dos últimos anos
00h15m
Sandra Brazinha
Um parque temático é o destino mais provável dos terrenos onde há mais de uma década funcionou o Onda Parque, na Costa da Caparica, Almada. Cheios de grafitos, os velhos tubos e escorregas ainda permanecem no local, à espera de requalificação.
O investimento deverá ser feito pelo resort da Aldeia dos Capuchos, que passou o último ano a estudar a viabilidade de projectos para dar nova vida àquele espaço, que, desde o encerramento do parque aquático em 1996, está votado ao abandono.
"Este terreno tem muito interesse para a Aldeia dos Capuchos", garantiu ao JN Frederico Clemente, consultor externo da Cantial, que foi responsável pelo projecto Aldeia dos Capuchos. "Já fizemos alguns estudos que esbarraram sempre com a falta de viabilidade económica", avança.
"Infelizmente no mundo o único parque temático com sucesso é o da Disney. Os outros dão prejuízo", salienta o consultor, que quase conseguiu trazer para a Costa da Caparica uma Disneyland. "Já estivemos próximo de uma parceria com a Warner Bros, mas Lisboa não tinha dimensões suficientes", lamenta, numa alusão aos estimados dois milhões de habitantes da metrópole.
Apesar das dificuldades, a Aldeia dos Capuchos não vai desistir de equacionar todas as possibilidades de desenvolvimento de qualquer parque temático naquele local. "O universo é imenso. Estamos a analisar. A maior dificuldade é encontrar um projecto que se adeque e que seja viável. Não é fácil.", nota. "Teríamos muito interesse, mas neste momento não há qualquer plano", diz Frederico Clemente.
Os terrenos, cuja degradação é bem visível para quem circula no IC 20, estão destinados a zona de lazer. A Câmara de Almada vê por isso com bons olhos a perspectiva de nascer ali um parque temático, apesar de não ter conhecimento de que exista um projecto específico.
Comentário
A meu ver a requalificação desta área é uma excelente ideia, aliás, uma das questões desta notícia é: Nós queremos que sejamos recordados para a história como um país que investiu na requalificação das zonas deterioradas ou um país em que certas zonas ostentamos excessos e outras ao abandono estão. Esta é uma realidade portuguesa, já a cidade de Lisboa, não lhe é dada a relevância como capital de Portugal que é. Cada vez mais se vão deteriorando as zonas mais antigas que são o coração de Lisboa e Lisboa é o coração de Portugal. Outro dos problemas é que tendo uma vasta costa e sendo Portugal propicio ao turismo não aproveita o que tem ou então fá-lo de modo errado como o caso da Costa da Caparica, a estrada que já foi construída até à praia anterior à da saúde é um atentado às dunas e para além disso ao quererem fazer passar outra pelos parques de campismo, se o projecto for para a frente, ameaça tanto a qualidade das areias como as habitações e as terras de cultivo e isso não é viável e não fica bonito.
Quando falamos em França vem-nos à cabeça do ponto de vista lúdico o quê? A Disneyland Paris claro! E quando falamos em Portugal? São as discotecas, as casas de fado? Não chega. Será que os portugueses têm necessidade de ir a França se podem ter um género de Disneyland em Portugal, porque não?! Era uma forma de empregar mão-de-obra ao inicio e depois fazer crescer a zona da Caparica e trazer dinheiro ao país. O local onde esteve o OndaParque está abandonado ao tempo, sempre que se passa lá continua vazio e ainda com os velhos tubos e escorregas deteriorados e qual é a necessidade disso. O grande problema de Portugal é que os portugueses são demasiado sérios nestes assuntos e noutros assuntos descuidados e esta ideia de requalificar é óptima! Quem sabe se o investimento no turismo não nos poderá tirar da crise. Por exemplo, o Cristo Rei esteve muitos anos encerrado sem se poder subir à cabeça e este é um dos marcos de Portugal tal como o Cristo Redentor no Brasil e de repente com a vinda do Papa a Portugal lembraram-se que temos um Cristo Rei, isto é hipocrisia. As praias da Costa são das melhores do país na minha opinião, melhores do que as do Algarve em que as areias são muito sujas e a maré traz por vezes muitos limos e as águas não são assim tão quentes como se faz parecer, do que as do norte que apesar de belas são muito rochosas e frias, tirando isso só sobra Tróia e as da Caparica que são as melhores mas por este andar não durante muito tempo, isto falando das praias que eu considero próprias para banhos pois existem muitas outras mas a maior parte tem esgotos a dar ao mar e as pessoas a maior parte das vezes não sabem e é neste contexto que podemos também aproveitar a costa para diversas diversões que podem ser feitas aproveitando o mar e os rios, não só as zonas deterioradas. Este tipo de iniciativas como o do resort da Aldeia dos Capuchos sim! Ideias destas sim! O estado devia investir no turismo mas não com a construção de TGV’s porque isso depois acarretará outros sacrifícios e custos ao Estado, eu digo projectos que dêem LUCRO é que são de se investir! E falo de lucro e emprego a longo prazo.
12/01/2011

Nobel da economia avisa que euro pode desaparecer

10h42m
O euro pode desaparecer caso não sejam tomadas medidas adicionais para garantir a sua estabilidade a longo prazo, afirmou o Nobel da economia Joseph Stiglitz, em entrevista ao jornal francês "Liberation".


Situação orçamental das maiores economias europeias continua "precária"


Os fundos de estabilidade temporários criados pelos governos da zona euro dão apenas "um alívio temporário para os países mais pequenos", afirmou Stiglitz na entrevista, citado pela Bloomberg.
O economista considerou também que a situação orçamental das maiores economias, incluindo a Espanha e a Itália, continua "precária", acrescentando que um maior enfraquecimento das finanças públicas destes países irá colocar maior pressão sobre a moeda única europeia.
Sem "políticas apropriadas e instituições equilibradas", como um fundo de solidariedade para garantir a estabilidade a longo prazo, o euro pode não sobreviver sublinhou o Nobel da economia.
5/01/2011, Jornal de Notícias
Comentário
A meu ver a viabilidade e a crença no euro estão por um fio. O euro não se tem mostrado capaz acabando por, ao invés de ser a moeda da união, contribuir para uma maior instabilidade e dependência entre países.
O euro poderá desaparecer; Se imaginarmos que um dos países da União Europeia decide sair, porque sejamos realistas os fundos europeus não sustentarão para sempre os países mais afectados pela crise, até porque os países que ajudam estes também estão numa situação delicada e ainda se formos a ver bem não ganham nada em se manterem na União Europeia, só perdem pois sustentam os outros países. O que acontecerá com a saída de um desses países é a confirmação de que o euro não é uma moeda estável, ficando desacreditado tal como a incapacidade da União europeia e da economia europeia para se manter e prosperar. O fim do euro geraria o caos e deste a uma guerra com os mais diversas causas é um pulinho desde a luta pelo poder, a queda do poder economico, as empresas fechariam, a bolsa cairia, todas as economias nos bancos perder-se-iam e a população revoltar-se-ia e ficaria numa situação ainda pior e ainda os países que já se encontram mal, tarde ou nunca se levantariam e seriam ainda mais subjugados pelas grandes potências como o Japão, os EUA pois a Europa ficaria mal vista e seria considerada incapaz e ainda humilhada por não ter conseguido um dos seus grandes objectivos: a moeda única. Um dos grandes pólos mundiais (a Europa) seria desmantelado, a tríade deixaria de existir para quem sabe emergirem as chamadas novas economias emergentes que não se encontrando de momento atingidas pela crise, são favorecidas em relação aos outros países em que a especulação é elevada e se encontram em crise, potências como o Brasil e a China fazem parte dessas mesmas economias emergentes em que num mundo-arquipélago ou economia-arquipélago começam a aparecer pequenas ilhas que devagar caminham para o pódio.
O que acontecerá se o euro desaparecer ainda não se pode dizer com exactidão mas ver-se-á futuramente pois na minha opinião já faltou bem menos para tal acontecer. O futuro o dirá.