por PATRÍCIA JESUS
Portugal é o terceiro país no mundo com mais dadores por milhão de habitantes. Campanhas de familiares ajudam.
Mais de 64 mil portugueses inscreveram-se no ano passado no Registo de Dadores de Medula Óssea, um aumento de 35% em relação ao ano anterior. O que faz com que Portugal tenha cerca de 246 mil dadores inscritos, o que o torna o segundo país europeu e o terceiro a nível mundial com mais dadores para transplante por milhão de habitantes. As iniciativas dos familiares dos doentes, a maioria com leucemia, têm contribuído para o enorme aumento que se nota nos últimos anos, reconhecem os responsáveis.
"Todos os anos, por esta altura, quando fazemos o balanço, digo que vamos ter um abrandamento, porque somos um País com apenas dez milhões de habitantes, uma população envelhecida e o registo só aceita dadores até aos 45 anos. E mais uma vez sou surpreendido pela solidariedade da sociedade portuguesa", explica Hélder Trindade, director do Centro de Histocompatibilidade do Sul.
A campanha para encontrar um dador compatível para uma menina de 4 anos com leucemia, Marta, em 2009, criou uma onda de solidariedade tal que terá feito com que se registassem dez mil dadores. Logo outros pedidos de ajuda surgiram através da Net. Cada uma com a sua página na rede social Facebook, seguida por milhares de pessoas, onde se vão partilhando novidades sobre o estado de saúde dos doentes mas também sobre as acções de inscrição de dadores. "O nosso esforço tem sido acompanhar a população que se está a inscrever, fazer registo e tipagem", reconhece o médico Hélder Trindade.
Desde 2006 o número de inscritos quadruplicou, o que se reflecte também nos resultados. No ano passado foram feitos 52 transplantes de medula com dadores sem relações de parentesco - mais cinco do que no ano anterior. Em 14 casos recorrendo a dadores portugueses e nos outros 38 recorrendo a dadores inscritos no estrangeiro.
Por outro lado, houve 58 colheitas de medula. Ou seja, além das 14 para doentes portugueses, houve outros 44 para o estrangeiro. "São dados muito relevantes que mostram o grande esforço de colaboração internacional", explica.
Comentário:
Eu penso que se pudemos salvar uma vida, porque não o fazer? Esta notícia significa que apesar de estarmos em crise e nos lamentarmos constantemente temos a capacidade de ver quando alguém precisa de ajuda porque se nós desistirmos de nós próprios, dos nossos, ninguém virá salvá-los por nós. É nosso dever enquanto cidadãos, enquanto seres humanos sermos solidários para com quem mais precisa e não pensarmos que não temos nada a ver com isso porque a vida por vezes surpreende-nos e nunca sabemos se um dia seremos nós a precisar e alguém será egoísta ao ponto de não nos salvar a vida. Um simples gesto pode salvar uma vida e para além disso morre muita gente por ano com cancro e enquanto as pessoas estão distraídas pela crise, pelas eleições… todos os dias nos hospitais há alguém que morre ou que sofre e estamos tão concentrados em nós próprios que não o vemos ou não o queremos ver. É muito difícil ultrapassar um cancro e exige um grande controlo psicológico tanto por parte da pessoa como da família e quando as coisas correm bem sentimos um alívio mas nada acaba aí pois as marcas ficam sempre e nem toda a gente tem essa sorte, muita gente não sobrevive e ninguém fala delas, ninguém lhes faz uma homenagem. Morreu o Carlos Castro e sabem uma coisa: morreu alguém hoje de manhã com cancro num hospital completamente só!
Talvez Hoje alguém tenha descoberto que tinha cancro, talvez alguém hoje tenha descoberto que se não aparecer ninguém compatível terá apenas 5 dias de vida, talvez alguém hoje tenha ficado curado, talvez alguém hoje tenha morrido, ou talvez não tenha, talvez alguém amanhã vá morrer? Mas se talvez hoje alguém decidir doar a sua medula, talvez amanhã esse alguém não morra! Ou talvez sim! Nunca se saberá… se não se tentar ajudar.
Era tão bom que fossemos recordados para sempre como o país que demonstrou o que é ser-se solidário, que fez algo mais do que dizer coitadinho… que esteve ao lado daqueles que morreram, que esteve ao lado daqueles que sobreviveram e que estará ao lado daqueles que vierem a passar por uma situação deste género.
Cabe-nos a nós marcar a história, cabe-nos a nós não ir embora!
Cabe-nos a nós ajudar, cabe-nos a nós não ignorar!
Pior do que não ajudar é fingir que tal não acontece. Por vezes as pessoas não querem saber porque sabem que isso despertará nelas sentimentos e pior que ter pena é fingir que não se a tem. Os portugueses não podem ter medo de sentir, medo de ajudar, medo de renascerem como pessoas melhores, medo de fazerem deste país um país melhor e mais solidário porque no fundo todos sabemos que sofrem pessoas todos os dias mas para não sofrermos também ignoramos. Por vezes é mais fácil quando está a dar um documentário sobre pessoas com cancro e com outras doenças mudarmos de canal do que chorarmos ao ver o seu sofrimento! O sofrimento de crianças, de jovens, de adultos, de idosos… mas é o facto de vermos esse sofrimento e tentarmos ajudar que faz de nós humanos! Sim, existe um aumento de dadores por ano mas será que algum deles é compatível, se calhar eu sou compatível, se calhar tu és compatível mas não somos dadores por isso nunca salvaremos uma vida. Se calhar eu sou compatível, se calhar tu és compatível e somos dadores por isso poderemos vir a salvar uma vida!
19/01/2011
Olá, blogueiro (a),
ResponderEliminarSalvar vidas por meio da palavra. Isso é possível.
Participe da Campanha Nacional de Doação de Órgãos. Divulgue a importância do ato de doar. Para ser doador de órgãos, basta conversar com sua família e deixar clara a sua vontade. Não é preciso deixar nada por escrito, em nenhum documento.
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Para obter material de divulgação, entre em contato com comunicacao@saude.gov.br
Atenciosamente,
Ministério da Saúde
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