sábado, 7 de janeiro de 2012

Hamlet, Shakespeare

Em Hamlet, Shakespeare transmite-nos a sua filosofia e ideias sobre a vida e morte, sobre o destino do homem e sobre a justiça.
Na obra destacam-se quatro personagens: Hamlet (príncipe dinamarquês), Claudious (rei da Dinamarca e tio de Hamlet), Gertrudes (rainha e mãe de Hamlet), o espectro (pai morto de Hamlet e que é a personagem desempenhada por Shakespeare) e Ofélia sendo que Hamlet é a principal. A peça inicia-se no I acto com a pergunta “Who’s there?” e será esta a questão central, dado que Hamlet questiona-se se o espectro será mesmo o seu pai e se foi de facto o seu tio que o matou, tal como o próprio espectro se questiona se é realmente com Hamlet com quem ele comunica. Também durante toda a peça tenta-se descobrir o porquê da perturbação de Hamlet, sendo que este já se encontrava perturbado antes do encontro com o pai e por isso surgem diversas teorias: de que a perturbação se deve à morte do pai, subida ao trono do tio e casamento com sua mãe passado apenas um mês da sua morte; de que a perturbação é causada por loucura, tendo Hamlet enlouquecido de amor por Ofélia; surge-nos também a teoria de que Hamlet é psicótico e, ainda, de que a perturbação se deve a um problema de ambição, sendo a Dinamarca demasiado pequena para o espírito de Hamlet (teoria criada por Rosencrantz). A peça é repleta de estratagemas, quer para descobrir a causa da perturbação de Hamlet como para que Hamlet descubra se realmente o tio matou-lhe o pai.
O espectro, a partir do momento em que fala com Hamlet, dá-lhe logo a responsabilidade de o vingar e pede-lhe diversas vezes ao longo da peça para que este não o esqueça (“remember me”). Hamlet aproveita-se da teoria de que ele se encontra louco para que o rei não o veja como uma ameaça, mas o facto é que Hamlet resiste em matar o tio para vingar o pai e só o mata após a morte da mãe, talvez por ser um intelectual perfeito não consegue agir sem certezas e daí o criar da peça com os comediantes, contudo, quando consegue o conhecimento máximo já é tarde demais, tanto para ele como já quase todas as personagens se encontram mortas (Polónio, Ofélia, a rainha, Laertes, os seus amigos cortesãos). No fundo, não se sabe se é a prova que a atrasa a vingança ou se a vingança só se consegue com a prova.
Não esqueçamos também que Hamlet tem dificuldade em emancipar-se da ideia de que é uma criança e não consegue admitir a sexualidade da mãe e a ideia atormenta-o desde o início e é essa obsessão a responsável por todas as mortes. Horácio, melhor amigo de Hamlet, após a morte de Hamlet e da sua última fala “o resto é silêncio”, fica encarregado que contar a sua história.
Nesta obra, Shakespeare expressa também a forma como ele achava que se devia representar, isto através das explicações que Hamlet dá aos comediantes, e estas falas contribuíram muito para a percepção de como se representava na época (na época de Shakespeare).
Concluindo, a peça tem como problemas centrais a obsessão de Hamlet com a sexualidade da mãe e a incessante procura por provas que denunciem o tio de Hamlet pela morte de seu irmão, o que resulta num panorama de genocídio, resultado directo e efeito colateral das acções e atitudes de Hamlet.

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