Beowulf- Hrothgar constrói salão de hidromel – Heorot – em honra da prosperidade do seu governo.
- Mas uma criatura ouviu a orgias, a música, e a felicidade do salão´: Grendel, descendente de Caim - um da raça gigante que havia sobrevivido a inundação de Deus e é um habitante dos pântanos, que ataca durante a noite . Quando a noite caiu, ele foi para Heorot, levou trinta guerreiros que dormiam fora da orgia e trouxe-os para o seu covil.
- Os guerreiros abandonaram o lugar com medo da ira de Grendel, que continuou a aterrorizar Hrothgar durante 12 anos.
- Hygelac dos Geats ouvido da ira de Grendel, envia o mais poderoso conjunto de guerreiros para a terra dos dinamarqueses – Heorot.
- No segundo dia no mar, os marinheiros se aproximaram dos penhascos dos promontórios. Eles desembarcaram e agradeceram a Deus por sua viagem segura.
- Um vigia - Scylding parou onde eles desembarcaram e exigiu saber dos marítimos armados de onde eles vieram e por que eles estavam lá.
- Hrothgar pede-lhe para falar com esses homens armados liderados por Beowulf dos Geats. O líder parece-lhe para ele um guerreiro muito forte. Hrothgar lembra-se de Beowulf e sua linhagem. Desde os seus mensageiros aos Geats ele já ouviu falar de Beowulf, cuja força é de trinta homens. Esta é uma boa notícia para a guerra contra Grendel e são-lhes dadas as boas-vindas à terra dinamarquesa.
Beowulf (700-1000 d.C.) é o mais extenso poema épico tradicional da literatura anglo-saxã, escrito em west-saxon. O poema não está intitulado, mas é conhecido como Beowulf desde os primórdios do século XIX. O poema narra as aventuras do herói Beowulf, numa lendária época de heróis, que viaja até à corte do rei dinamarquês Hrothgar, descendente de Scyld Scefing, para o livrar do terrível Grendel que devora homens inteiros.
Beowulf vence e mata o Grendel numa contenda a dois, desarmado e nu. A mãe de Grendel – mulher guerreira e “aglaeca”, vem vingar a morte do filho com novas chacinas. O inexorável Beowulf segue o seu rasto até uma caverna submersa onde a confronta e a subjuga. A narração é, a partir desde ponto, cortada por um longo interregno temporal e encontramos o mesmo Beowulf, já de idade avançada, rei entronado e engrandecido do seu país – reina por 50 anos entre os Geats até que, já velho, se vê diante de um novo desafio. Um dragão que guardava um grande tesouro se enfurece quando um escravo rouba uma taça do seu tesouro. Ele pretende destruir os Geats e Beowulf enfrenta-o usando um escudo de ferro para suportar o fogo que sai da sua boca. É abocanhado pelo dragão, mas o guerreiro Wiglaf o salva. O veneno do hálito do dragão, porém, o enfraquece e ele morre, não sem antes dar suas armas e seu tesouro ao jovem Wiglaf.
O poema termina com a cerimónia fúnebre do herói.
- As espadas tinham uma aura mítica, dizia-se terem sido criadas por gigantes;
- O Grendel surge e mata toda a gente no salão quando o scop está a cantar a canção da criação. Eram os scops que perpetuavam a memória da tribo, celebrando os feitos dos heróis;
- Só sabemos sobre Grendel que é gigante, com olhos avermelhados e que é canibal, pois mata os guerreiros e bebe-lhes o sangue.
- A morte está sempre presente, passa-se a ideia de que andamos perdidos no mundo e o fim é a morte. O destino de Beowulf é a morte: ele está velho e sabe que se lutar morre e que é esse o seu destino. A morte vem sob a forma alada de um dragão.
- O nome Beowulf conjuga dois animais fundamentais da literatura. Ele tem duas características fundamentais dos animais mais temidos, símbolos de força, bravura e associados a reis e heróis: o urso e o lobo. O urso patente na sua força ao nadar até casa e trazer num só braço 30 armaduras e é com o abraço de urso que arranca o braço de Grendel e sem armas.
- Beowulf é eloquente, cerimonioso, modesto, sensato, leal, altruísta, gentil, generoso e meigo.
- Na primeira parte do poema temos Beowulf na Dinamarca (guerreiro ideal que se oferece para lutar pelo rei) e na segunda temos Beowulf, o rei ideal.
- A sociedade aristocráticas guerreira reúne-se em redor de um chefe – Hrotghar.
- Importância do ouro, bens preciosos e armas, em que todas as espadas usadas por Beowulf falham.
- Importância do solão – Heorot – centro de ordem e estabilidade, de conforto, alegria, festa e abundância.
- Existem referência à Criação, Caim e ao Dilúvio, encontrando-se na intersecção entre o paganismo e o cristianismo.
- Ao contrário do habitual encontramos a presença dos monstros no centro do poema e as “coisas consideradas na época importantes” na proferia.
- Os monstros permitem a demonstração da luta de um homem contra um mundo hostil e contra a inexorabilidade do tempo (mata Grendel ainda jovem e sobrevive, mas já não consegue fazê-lo velho).
- Os monstros acentuam também o heroísmo e bravura do protagonista, Beowulf distingue-se por matar um dragão, sendo essa a última proeza da sua vida. Apenas um dragão poderia transformar um guerreiro no mais poderoso dos heróis, destinado a ser celebrado num poema.
- Existe como que um ciclo: Fundação de uma sociedade, construção de Heorot – salão de Hrothgar; Destruição do salão por Grendel; Destruição de Grendel por Beowulf. Hrothgar no salão com seus homens; Mãe de Grendel ameaça salão; Beowulf destrói mãe de Grendel. Beowulf está no salão; dragão ameaça salão; dragão e Beowulf destroem-se mutuamente.
- A mãe de Grendel é referida como se fosse um homem (“ele que tinha de habitar nas águas terríveis”) e quando Beowulf a mata traz a cabeça de seu filho e não a sua. Isto, porque seria uma vergonha para o heróio trazer a cabeça de uma mulher, tal como lutar com uma mulher mais forte que ele.
- A mãe de Grendel apenas mata para vingar o filho, não surge como mostro que vem matar guerreiros mas como uma mãe que vem vingar o filho.
- Apesar das diferenças, existem afinidades entre o homem e os monstros:
• Grendel tem força humana, só tem de monstruoso o seu tamanho e atos canibais; ele é um exilado da descendência de Caim; algumas palavras utilizadas para o descrever são comuns a Beowulf.
• A mãe de Grendel tem forma humana, não tem nome, apenas vinga e chora a morte do filho e a sua gruta é descrita como um salão.
• O dragão é a última cobiça dos homens, que roubaram seu tesouro; a sua gruta é descrita com as mesmas palavras que o salão de Hrothgar e a gruta da mãe de Grendel, no entanto, não tem força humana, é uma força da natureza. A luta com Beowulf é desigual e dá-se longe da civilização humana. O dragrão simboliza o que é natural na vida – a morte.
- O herói sacrifica-se pelo seu povo num combate final, com o dragão, que é o destino: a morte. Há uma aceitação do destino.
- Tudo acaba na morte, destino dos homens. Beowulf começa com um funeral e acaba com um funeral, dá-se a morte dos heróis, de civilizações e eras.
- No combate contra o dragão morre o herói, a comunidade do herói e a era dos heróis, dado que avida de toda a comunidade está envolvida na luta entre Beowulf e os monstros para salvar Heorot de Grendel e de sua mãe.
- O herói, ainda, pensa que o ouro irá salvar a sua comunidade, mas ela enterra-o com ele.
- Os monstros vêm refletir sobre as ações dos homens. Os monstros fora do salão são projeções dos males dentro do salão, do mal humano. São também transportadores de duas mensagens: não podemos fugir à inevitabilidade do destino e não podemos fugir às consequências do mal dos homens.
gostei
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